Godzilla Minus One: Review

Godzilla Minus One: Review

02/12/2023 Off Por Natan Uemura
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Godzilla Minus One é o mais recente filme do largatão feito pela Toho, a qual não produzia um longa desde Shin Godzilla de 2016 do Hideaki Anno, criador de clássicos como Gunbuster e Neon Genesis Evangelion, além de ser o primeiro longa metragem da era Reiwa que começou em 2018, mas antes de falarmos sobre o ele, é bom esclarecer uma duvida que pode ficar na cabeça de algumas pessoas.

O Filme é parte do Monsterverse?

Não, essa produção não faz parte da cronologia do Monsterverse da Warner Bros, Minus One é uma história auto contida, e também não tem ligações com Shin Godzilla e nem com outras obras cinematográficas da Toho.

As obras tanto de cinema e TV que fazem parte do Monsterverse são: Godzilla (2014), Kong: A Ilha da Caveira, Godzilla VS Kong, Monarch: Legacy of Monsters e Godzilla X Kong: The New Empire.

Referências históricas

Godzilla Minus One nos traz várias referências históricas da segunda guerra, como eventos importantes mas pouco comentados pelas pessoas e também veículos militares icônicos, algumas não serão explicadas explicitamente enquanto outras terão um momento em que o personagem irá explanar sobre, por não ser algo de conhecimento geral.

Não só os acontecimentos são mantidos, mas as histórias dos equipamentos militares japoneses são apresentados quase que fielmente com o que aconteceram na vida real, mesmo com alterações para se encaixar no enredo.

Além disso, temos uma breve aparição do MacArthur, o homem que liderou a ocupação do Japão pelos Estados Unidos, além de ter lutado na Guerra da Coreia logo após o fim da segunda guerra.

Para uma pessoa que não for muito esclarecido, algumas coisas talvez não serão entendidas, mas isso não será um problema para a compreensão da obra em um todo, mas é interessante antes ou depois procurar sobre alguns dos eventos que foram citados.

Sobre o filme

Ele consegue nos trazer de novo uma critica não só aos testes nucleares da bomba de hidrogênio da Operação Crossroads, mas também da segunda guerra e ao governo Norte Americano que conduziu vários experimentos ao redor do mundo, além de do que consideramos hoje como crimes de guerra no Japão mas também do Império Japonês com o tratamento de seus soldados.

Godzilla também é uma força imparável da natureza, que assim como os protagonistas, acabou sendo uma vitima, mas ele se torna uma força incontrolável, que sempre deixa rastros de destruição por onde quer que passe.

Além disso, exploramos um pouco o lado psicológico dos soldados a qual voltavam dos conflitos, sofrendo de Stress Pós Traumático (PTSD) graças aos combates enfrentados e a perca de companheiros, algo que muitos veteranos acabaram tendo por anos ou até mesmo até a morte, com lembranças ou costumes.

A Critica não fica só ao governo Norte Americano, mas também ao Japão Imperialista e a própria Segunda Guerra, onde a película faz uma critica a própria vida, a vontade de viver tanto dos soldados, das pessoas e até mesmo do monstro, que mesmo causando uma grande devastação por onde ele passe, dá pra se notar que ele quer se agarrar a vida.

E Falando nele, provavelmente temos umas das versões mais brutais do Godzilla desde o Shin, mesmo com algumas pessoas brincando que ele é “pequeno”, o rastro de destruição causado por ele é um dos maiores, mesmo em sua primeira aparição, a devastação é algo que vai aumentando gradativamente conforme a trama progride.

Mas mesmo com várias mostras de uma realidade fria e cruel, temos uma mensagem de esperança e de nunca desistir, algo que é comum nas obras Japonesas desde animes, mangás, jogos e até mesmo nos Tokusatsu onde todos se unem desobedecendo alguma ordem ou um destino já selado para enfrentar aquela adversidade.

Na área da ficção cientifica é algo mais próximo da realidade, utilizando elementos já conhecidos entre as pessoas mas claro que temos algumas pitadas de ficção como o de 1954. A Trilha sonora também não deixa a desejar, com uma certa cena podendo arrepiar os veteranos da franquia.

No geral, esse pode ser considerado uma das melhores películas do ano e uma produção essencial para aqueles que gostam do Godzilla, trazendo uma excelente trama de desastres com uma pitada histórica, conseguindo elevar ainda mais as qualidades, utilizando por exemplo drama humano conhecida das produções japonesas de tokusatsu, como Ultraman, Kamen Rider, entre outros.

Ele também consegue ser um refresco depois de várias produções da Legendary, trazendo de volta uma reimaginação do Godzilla de 54, usando a forma de um monstro que veio tanto para punir a humanidade pelos estragos cometidos mas também para nos lembrar que em momentos difíceis temos que nos unir para sobrevivermos, não importa nossa classe ou status social.