Crítica | A Mula

Crítica | A Mula

16/02/2019 Off Por Surya Bueno
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Quem poderia prever que o destino pregaria uma peça ao veterano ator e diretor Clint Eastwood em 2019, desde que ele declarou uma possível aposentadoria em 2008 em Gran Turismo apresentando um personagem tão fascinante em A Mula?
Inspirado pelo simpático senhor que gerou o artigo do New York Times, “A mula de drogas de 90 anos do cartel de Sinaloa”, publicada em 2014 pelo jornalista Sam Dolnick.
O filme apresenta seu protagonista nonagenário que de uma hora para outra vê seu tão lucrativo negócio de flores ser jogado para escanteio com o advento das vendas online, e ir à falência.
Em 2011 Eart Sharp foi condenado a 3 anos de cadeia ao ser fragrado carregando 635 kg de cocaína.
“Em seis meses farei 90 anos”, disse Sharp à época. O homem foi preso enquanto transportava parte da carga, ao ser parado por um policial rodoviário, que foi verificar o que o senhor levava no veículo.
No filme ele é Earl Stone (Leo Sharp nome real), que vê a oportunidade de uma vida em conseguir dinheiro fácil, viajando pelos estados unidos carregando cargas ilegais.
Ao contrário do que o trailer propôe, A Mula é um filme tratado com um carinho incrível, nada de exageros com cenas de ação. Ele é todo protagonizado e dirigido pelo mesmo rítmo e limite de Eastwood, além é claro da sua experiência de como um filme deve ser feito, afinal estamos vendo uma história de um senhor com 90 anos, que não vê no geral em sua vida uma necessidade de urgência.
Basta ser o motorista e seguir a estrada. E essa falta de urgência e até mesmo de inocência de Earl que torna o filme tão fascinante.
Ficamos a todo o momento com o coração na mão do que poderá acontecer na cena seguinte, afinal nós sabemos de coisas que Earl não sabe e é justamente aí que Clint nos pega pela surpresa e até com ótimos momentos divertidos. Em uma montanha russa de emoções.
Clint Eastwood, um dos maiores da geração de ouro que ainda está na ativa, com certeza ficou feliz pelo resultado em cena e deve etar grato pela oportunidade que o verdadeiro Earl lhe deu em lhe apresentar esse personagem. Imperdível.