Crítica | Sim! Valerian é diversão para toda a família
04/08/2017[widget id=”yuzo_widget-4″]
Existe uma linha tênue para quem analisa um filme ou escreve uma crítica e o público em geral. Por isso o leque de opiniões acaloradas as vezes surgem no facebook, tanto defendendo ou atacando um longa.
Nesses anos de estrada tenho como critério uma ordem de peso para “avaliar” um filme como bom ou ruim, vou colocar abaixo na ordem de importância.
- Roteiro: Pode ser incrível mas este item é o que mais diverge opiniões. Eu costumo dizer que um bom roteiro ganha méritos a medida que se distância do público que o acompanha. Ou seja, quanto menos o espectador souber sobre o filme e mais gostar da história maior é a pontuação.
- Elenco: É claro que na sequência temos o elenco que é a chave do sucesso depois do roteiro. Não adianta um roteiro ótimo com um ator sem carisma e vice e versa. Há casos de filmes péssimos onde os atores salvam o dia.
- Direção: Saber misturar essa salada para que agrade a todos os paladares é algo bem complicado.
- Fotografia / trilha sonora: O filme tem que ser bonito para quem assiste e divertido para quem o escuta com trilha sonora que caiba dentro do contexto, claro.
- Efeitos visuais: Existe uma galera que ama 3D IMax, mas há quem também odeie, e infelizmente essa tendência de mais salas assim para conseguir mais bilheteria prejudica bastante.
- Adaptação: Pode parecer estranho, mas esse é o critério que menos pesa na avaliação de um bom filme, se o roteiro está cheio de referências mas a história apresentada é uma colcha de retalhos tudo pode vir a baixo, e na maioria dos casos pode destruir todos os itens acima.
Agora vamos finalmente a Valerian
O filme é baseado na série de quadrinhos escrita pelo francês Pierre Christin e ilustrada por Jean-Claude Mézières, em 1967. Era uma época que o sci-fi deveria ser maluco e psicodélico. “Eram os anos 1970, e foi a primeira vez em que vimos uma garota moderna arrasando”. Diz o diretor Luc Besson. “Ela foi o meu primeiro crush”.
Era uma época que o psicodélico era “normal” em quadrinhos / livros, e quantos mais alienígenas melhor. E o público sempre amou scifi, Flash Gordon, Perry Rhodan, John Carter e tantos outros. Só que jogar isso no cinema é uma outra história.
Basicamente o público tem que entender a “proposta” do filme. Seguindo essa linha ele pode ser excepcional mesmo sendo totalmente maluco. Mas tenha certeza que nunca vai concorrer ao Oscar.
Então se você ama filmes com aliens, adora cenas em planetas malucos e gosta de momentos bem divertidos, esse é o filme.
Seguindo a pontuação em cima das regras que citei acima, o roteiro é bastante linear, com o famoso começo, meio e fim, apesar do começo rápido e um pouco confuso para quem ainda não está familiarizado com o universo de Valerian.
Os atores Dane DeHaan (Valerian) e Cara Delevingne (Laureline) ocupam 70% do filme em cena, e confesso que Dane como Valerian foi menos irritante em cena do que Cara como Laureline, que só pareceu uma personagem feminina forte lá pelo 3º ou 4º ato do filme, irritante a maior parte do tempo, se era para parecer divertida ela não conseguiu alcançar o objetivo (diga-se de passagem a leveza na interpretação de Gal Gadot em Mulher-Maravilha). Mas essa é outra história.
Já Rihanna (Bubble) protagoniza um dos momentos mais sexies sem ser vulgar (spoiler), ela é uma dançarina de pole dance que troca de aparência durante a sua apresentação. Essa cena já é épica.
A direção de Luc Besson é bastante precisa e tirando o fato do problema com a protagonista ele acerta em colocar cenas de humor em alguns pontos chaves da trama o que deixa algumas pessoas na dúvida, para mim Valerian é um scifi pipoca com ótimos momentos de humor. Então não vão achando que é um trama como Avatar, aliás é um erro comparar esse longa com o filme de Cameron só por causa dos efeitos especiais.
Falando em efeitos especiais esse é outro item da lista que deve ser contabilizado, apesar de visualmente deslumbrante algumas cenas tinham um moiré estranho, parece que o orçamento perdeu fôlego ou não teve recursos suficientes para a proposta, ou seja, estão vendendo algo que não existe. Então não se iludam por isso. Mas só uma observação que a maioria das pessoas nem vai notar.
Eu não conhecia Valerian até assistir ao filme, apesar de achar interessantíssimo não me deu vontade de sair correndo e comprar um exemplar encadernado que está sendo vendido. Mas creio que o filme vendeu o seu peixe e apresentou uma história coerente com a proposta e bastante divertida, mesmo para uma pessoa leiga sobre a franquia como eu, então nesse ponto, valeu cada segundo.
Resumo da ópera. Valerian é sim um filme com bons efeitos especiais e humor (sim humor), na medida certa. Destaque para os três patos tagarelas e os alienígenas bufões. Imperdível. Quase tive uma crise de riso no cinema. Quero ver de novo.
Em tempo: Eu jurava que Dane DeHaan tivesse no máximo uns 21 anos, depois que ouvi aquela voz grave quase caí para trás, 31 aninhos garotas, com carinha de 16. O que uma cor no cabelo e uma franja no lugar certo não faz. 😀
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