Planeta dos Macacos: A Guerra | Terceiro filme fecha com chave de ouro a Saga de Cesar
01/08/2017[widget id=”yuzo_widget-4″]
Nada melhor do que sair de um filme de alma lavada e ficar pensando e criando novas histórias para o futuro da franquia. E as encaixar com toda a cronologia. Se ainda não conhece a linha do tempo de Planeta dos Macacos, é só clicar na chamada abaixo. Depois volte aqui e saiba mais sobre o terceiro filme que fecha a saga de Cesar!
“Planeta dos Macacos – Conheça a linha do tempo de 1968 até 2017“
Neste terceiro e último filme, César e seu grupo são forçados a entrar em uma guerra contra um exército de soldados liderados por um impiedoso coronel. Depois que vários macacos perdem suas vidas no conflito, César luta contra seus instintos e parte em busca de vingança. Dessa jornada, o futuro do planeta poderá estar em jogo.
O mais emocionante de tudo, neste último filme, é ver o quanto ele amadureceu como um personagem que não é apenas um líder para os Macacos, mas também um símbolo do que desejam ser.
César é a motivação do que o ser humano busca do seu melhor. O que tanto desejamos ser. Pessoas que possam viver em paz uns com os outros. Termos família, filhos, vê-los crescer, amadurecer e saber quem fomos. Olharmos a natureza ao nosso lado com esperança e que a nossa luta seja sempre justa.
Isso é o que César deseja. E o título do filme “Guerra”, passa bem longe do que está nesta história de um pouco mais de duas horas. O filme é um jogo filosófico onde não existe um vilão. O que aprendemos com os acontecimentos iniciais é que todos podemos nos tornarmos maus a qualquer momento pela visão de outra pessoa. Mas dependendo de quem seja, apenas estamos fazendo justiça.
É como a famosa frase de Obi Wan Kenobi para Luke: “A verdade é um ponto de vista.”
E aqui isto fica bem claro, ou mais escuro dependendo do caminho que deseje trilhar. O ódio do personagem vivido por Woody Harrelson, chamado apenas de “Coronel”, é algo que nos enoja! E o que ele faz com César, nos leva a querer entrar na tela para acabarmos com ele. Só que existem poréns em uma Guerra, como bem colocado em uma ótima cena entre o Coronel e César sobre os resultados de uma Guerra. Não vou colocar o que é o certo ou o errado. E nem me posicionar. Isso é para vocês que forem assistir.
Outro ponto crucial são as lembranças e comparativos que César faz do seu “eu” atual com Koba, o macaco que o traiu no segundo filme. Ele relembra com Maurice o ódio que existia dentro de seu antigo amigo e como ele foi consumido pelo desejo de vingança e por nunca confiar nos humanos. Talvez todos tenhamos um pouco de Koba dentro de nós. Não entendeu, assista ao filme!
E não se preocupe que não tenha visto a segunda parte da franquia. Logo de início já existe uma rápida explicação sobre os três anteriores, com uma brincadeira com os títulos de cada um deles.
Os efeitos especiais de cada macaco, fotografia e som, estão ótimos! Não existem exageros. A interpretação de Andy Serkis como César, é digna de um Oscar! E não é exagero. Ele consegue através de sua voz nos mostrar toda a dor e a idade que chega para César. Para quem assistiu aos dois primeiros filmes recentemente irá perceber essa mudança sutil na voz do personagem.
No primeiro filme, quando ele grita “No”, foi algo vindo de dentro com muita raiva. Um ódio contido durante anos que se manifestou como um “basta”. No segundo filme, César já está um pouco mais articulado com a fala. Ainda demora um pouco para dizer cada palavra e se mostra mais sereno. Neste terceiro, César já conversa e expressa muito mais rápido o pensamento/fala. E sua voz é mais segura e madura.
Palmas para Andy Serkis, que além de levar com maestria sua voz, ainda consegue interpretar com vários pontos marcados em seu corpo um personagem tão difícil. E se acha que é fácil, pode tirar o cavalo da chuva pois não o é. Comparamos este tipo de interpretação com o teatro, onde o ator precisa imaginar o que está a sua volta, os sons, cheiros e muitas vezes outros personagens para poder atuar. E é isto o que Andy Serkis fez.
A pequena Nova, mesmo sendo muda e tem uma explicação superficial que deve ser trabalhado para os futuros filmes (e é uma ligação direta com os clássicos), é uma graça. Amiah Miller de 13 anos, segura e muito bem o seu papel, mostrando que não é necessário diálogos para se fazer uma ótima personagem. Interpretar com seu rosto e corpo, é um fator determinante para um ator.
Ela representa um lado de César que está indo embora, aquele da ingenuidade, do aprendizado e de confiar em todos, não importando se sejam humanos ou macacos. E é tão estranho escrever e fazer esta distinção, que me sinto um preconceituoso ao tentar dar “humanidade” a Cesar ou o chamar de “macaco”.
E isto mostra o quanto Planeta dos Macacos com seus quase 50 anos ainda é atual. Pois mostra o quanto a humanidade é preconceituosa e falha. Ainda fazemos distinções entre povos, classes sociais, religiões, times de futebol, gostos musicais etc. Ainda nos matamos por questões de poder e trivialidades.
Planeta dos Macacos é para ser visto, apreciado e tentar mesmo que um pouquinho, aprender o que significa a frase “apes together strong“. Não importa quem somos, juntos sempre seremos fortes.
E que subam as cortinas! Até a próxima!!