Enterprise NCC 1701
22/11/2006De todas as naves já mostradas, em incontáveis universos da Ficção Científica, nenhuma é tão querida, citada ou lembrada, ou se iguala ao carisma, prestígio, nem tem uma trajetória tão gloriosa quanto a USS Enterprise NCC 1701!
Essa legendária nave foi lançada em 2245 nos Estaleiros São Francisco, em órbita da Terra, fazendo parte da Classe Constitution. Foi comandada por toda sua inigualável folha de serviço pelos capitães Robert April,
Christopher Pike, James Tiberius Kirk William Decker e Spock. Sem dúvida, o período que marcou para sempre a fama da nave foi o comando do Capitão Kirk.
O nome do Capitão April como primeiro comandante da Enterprise apareceu na série animada de Jornada nas Estrelas, e depois no episódio In a Mirror, Darkly de Jornada nas Estrelas Enterprise. Christopher Pike aparece com capitão no episódio The Cage, e depois em The Menagerie.
James Kirk comandou a Enterprise em sua histórica missão de cinco anos, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve. Após esse período, em 2271, a nave foi enviada para a doca espacial para uma extensa reforma, cujo belíssimo e irretocável resultado ficamos conhecendo a partir de Jornada nas Estrelas, O Filme, de 1979. Durante a reforma, ficou sob o comando do Capitão Decker, mas Kirk, agora Almirante, retomou o comando durante o incidente V´Ger. Decker, junto a oficial Ilia, desapareceu no interior da entidade.
No livro Final Frontier, de Diane Carey, afirma-se que o pai de James Kirk, George Samuel Kirk, foi o primeiro oficial original da Enterprise, encarregado de uma missão ultra secreta sob o comando de Pike. Mas a Paramount não reconhece esse livro como parte do cânone de Jornada nas Estrelas.
Existem informações de que Kirk teria comandado a Enterprise em uma nova missão, por outros cinco anos, o que é mostrado em alguns livros e trabalhos de referência. Finalmente, a partir de 2284, o comando da Enterprise passou para o Capitão Spock, quando a Enterprise passou a ser utilizada como nave de treinamento.
Em Jornada nas Estrelas 2, A Ira de Khan, o antigo ditador e criminoso Khan Noonien Sing rouba a USS Reliant, e lança um ataque contra um posto científico da Federação, com o fim de obter o dispositivo de Gênesis. Nesse meio tempo, durante batalha contra a Enterprise, esta é severamente danificada. Usando sua maior experiência como comandante, e a perícia de sua fiel tripulação, o Almirante Kirk derrota Khan, mas o vilão consegue, no último instante, deflagrar o dispositivo Gênesis. A Enterprise consegue escapar por um triz, infelizmente a custa do sacrifício do Capitão Spock.
E no filme seguinte, Jornada nas Estrelas 3, A Procura de Spock, Kirk percebe que seu a alma de seu amigo ainda existe, dentro da mente do Doutor Leonard McCoy. O sempre mau-humorado médico ainda consegue brincar que essa é a desforra do vulcano, por todas as inesquecíveis discussões que perdeu. Os dois, mais os oficiais Hikaru Sulu e Pavel Checov, e o engenheiro “fazedor de milagres” Montgomery Scotty, roubam a Enterprise da doca espacial, e com ela seguem para o Planeta Gênesis. A Enterprise iria ser descomissionada pela Frota Estelar, que acreditava que sua vida útil teria chegado ao fim.
Após uma batalha em órbita de Gênesis, contra a ave de rapina klingon comandada por Kruge, a Enterprise fica danificada e impossibilidade de se defender. A fim de impedir que os klingons a capturem, a tripulação aciona a auto-destruição, se transportando a seguir para o planeta. O casco principal (seção disco), explode, e a seguir o restante da nave queima na atmosfera do planeta. Seu epitáfio são as palavras de Kirk e McCoy:
– Meu Deus, Bones, o que foi que eu fiz?
– O que faz sempre. Transformar a morte em uma chance combativa de vida.
Após os eventos do filme Jornada nas Estrelas IV, A Volta para Casa, Kirk é rebaixado a capitão, e a ele e sua tripulação é confiada uma outra nave da classe Constitution, anteriormente batizada de Yorktown, mas que é renomeada USS Enterprise NCC 1701-A. Esse foi o começo da longa tradição de nomear a mais importante nave da Frota Estelar com o nome Enterprise.
O ousado projeto da Classe Constitution influenciaria para sempre o desenho de naves para a Frota Estelar. Na Seção Disco encontra-se, em seu topo, a ponte comando, laboratórios, núcleo habitacional, e a central do computador de bordo. No caso secundário, ou Seção de Engenharia, existe o hangar para naves auxiliares, áreas de lazer, depósitos de carga, as naceles dos propulsores de dobra e o reator de antimatéria. Neste, cristais de dilítio controlam a reação matéria e antimatéria, e o reator pode ser ejetado em
caso de emergência. As nacelas também podem ser destacadas em caso de falha. No caso de danos críticos, a Seção Disco pode ser separada por meio de pinos explosivos, e como a mesma está dotada dos motores de impulso, serve como salva-vidas da tripulação, podendo pousar em planetas e aguardar salvamento. Encaixar novamente o disco, entretanto, só é possível em doca espacial.
Enterprise e Excelsior na doca espacial
Para a série, foram construídas duas miniaturas da Enterprise, uma com 91,4 cm de comprimento, e a segunda com 3,4 m. Este modelo maior está atualmente exposto próximo a loja de presentes do Museu Nacional da Aeronáutica e Espaço, em Washington, Estados Unidos.
A Classe Constitution original tinha 290 m de comprimento, 73 m de altura e 127 m de largura. Após a reforma, em que foram usados os nomes Classe Constitution II e Classe Enterprise, as medidas passaram para 302 m, 74 m e 131 m, respectivamente. Na classe original a velocidade de cruzeiro era de warp 6, com máxima de warp 8. Após a reforma, a velocidade de cruzeiro subiu para warp 8, e a máxima para warp 9,9.
O primeiro ônibus espacial, ou space shuttle, começou a ser construído em 4 de junho de 1974, pela Rockwell International Space. Designado OV-101, inicialmente era chamado de Constitution, mas após uma grande campanha dos fãs, que enviaram milhares de cartas, em 8 de setembro de 1976 o então presidente Gerald Ford anuncia que o nome do veículo passa a ser Enterprise, sendo oficialmente apresentado em 17 de setembro de 1976. Em 12 de agosto de 1977 o Enterprise faz seu primeiro vôo planado, lançado a partir de suportes dorsais em um Boeing 747 especialmente modificado. Com 37 m de comprimento, 24 m de largura e 17 de altura, pesando 75 toneladas, o Enterprise serviu para os primeiros ensaios do ônibus espacial, mas um plano de torná-lo operacional para vôos orbitais foi cancelado. Assim, o primeiro da classe a voar para o espaço foi o Columbia, em 12 de abril de 1981.
O design da ponte da USS Enterprise foi estudado pela Marinha dos Estados Unidos, pela eficiência de seu layout. Finalmente, a Marinha reconheceu que o desenho do convés de comando de seus destróieres da Classe Aegis foi inspirado por elementos da ponte da Enterprise.
A legendária nave aparece, como uma brincadeira do produtor Ronald D. Moore, em cenas da minissérie Battlestar Galactica. A Enterprise pode ser vista no canto da imagem da frota colonial, em que aparece a Galactica em primeiro plano. Anteriormente a esse trabalho, Moore foi roteirista de Jornada nas Estrelas, A Nova Geração, Deep Space 9 e Voyager.
Kirk e sua tripulação, a bordo da USS Enterprise NCC 1701-A, afinal impediram uma terrível conspiração, da qual participaram elementos dentro da Frota Estelar e do Império Klingon, contra a assinatura de paz entre as duas instituições. Esses eventos foram mostrados em Jornada nas Estrelas VI, A Terra Desconhecida, que representou a última missão da mais legendária tripulação da Frota Estelar e da Enterprise.