Crítica | 15h17 Trem para Paris
08/03/2018[widget id=”yuzo_widget-4″]
Quando um terrorista invade o trem n° 9364 da Thalys a caminho de Paris, três amigos norte-americanos – Anthony Sadler, Alex Skarlatos e o piloto da Força Aérea Spencer Stone – se esforçam para imobilizar o extremista, armado com um fuzil AK-47, e evitar uma enorme tragédia.
Este é sem dúvida alguma um filme ousado do diretor Clint Eastwood. Nesta trama, que conta a história real dos acontecimentos ocorridos em 2015, do trem que faz a rota Amsterdã e Paris, ele optou em colocar no papel principal, os próprios envolvidos naquele dia. O trio de pessoas, agora atores, que interpretam a si mesmos não é o melhor do mundo. E não é para ser.
Isso torna tudo mais natural e envolvente para quem assiste. Eastwood apenas mostra os fatos, sem precisar explorar com profundidade as motivações e vidas pessoais de cada um. Não é preciso, pois o que este filme deseja passar, é apenas a vida de Spencer Stone, Alek Skarlatos e Anthony Sadler, de modo rápido até chegar ao acontecimento.
Para muitos que esperam um desenrolar com um clima cheio de ação, podem se decepcionar. Mas novamente, lembramos que o objetivo de toda a história não é essa. O final rápido, é como na vida. Tudo acontece em uma fração de segundos.
O diretor, assim como o roteiro baseado no livro escrito pelo trio ao lado do jornalista Jeffrey E. Stern, deseja apenas passar a vida comum de pessoas comuns que fizeram o certo em uma situação em que a maioria iria fugir.
Se o filme fosse limitar-se em dar profundidade e mostrar algo que não existe, seria uma ficção e cairia nos clichês de “soldados americanos que estão preparados para tudo”. E a trama demonstra de modo simples e claro, que qualquer pessoa pode agir de uma maneira que menos se espera. Sendo um soldado ou não.
A vida real não é algo que deveria transformar pessoas em super heróis nos cinemas. E sim contar uma história de como ela é. Sendo chata ou não.
Portanto, 15h17 Trem para Paris, é uma ótima adaptação, que foge dos clichês em transformar pessoas normais americanas em algo que não existe, além de ser uma crítica ao típico “universo umbilical” que os próprios americanos se colocam.
E que subam as cortinas! Até a próxima!