Crítica | Godzilla: O Rei dos Monstros
29/05/2019Acredito que no mundo existe dois tipos de público, aquele que odeia e aquele que ama esse tipo de filme onde kaijus enfrentam kaijus e ponto final.
Digamos que é uma tradição antiga, mais precisamente 1954, quando “Gojira” estreou nos cinemas nipônicos.
De lá para cá esse personagem que é uma celebridade já teve mais de 30 filmes e uma legião de fãs.
Em 2014, numa co-produção da Legendary Pictures e da Warner Bros. Pictures, ganhou uma nova versão americana, distribuída pela Warner Bros. Pictures em todo o mundo menos no Japão, onde foi distribuída pela própria Toho. Esta versão se provou um sucesso e garantiu duas sequências: “Godzilla: O Rei dos Monstros” para 2019 e “Godzilla vs. Kong” para 2020. No decorrer dos anos, Godzilla também inspirou muitos outros tokusatsus que fazem sucesso no Japão e no mundo.
Godzilla é uma criação do produtor Tomoyuki Tanaka, do diretor Ishirō Honda, do mago dos efeitos Eiji Tsuburaya — que mais tarde viria a ser o pai da família Ultra — e do compositor Akira Ifukube.
Vale lembrar que a trilha sonora de Akira é apresentada em um dos momentos mais icônicos do filme. (Confira no final desse artigo).
Godzilla é a personificação do medo das armas nucleares. Criado por uma explosão nuclear, seu imenso tamanho, força, terror e destruição evocam a fúria das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki. No decorrer da série o grande monstro se desenvolveu como um personagem com características ora de um vilão, ora de um herói, frequentemente salvando Tóquio, e posteriormente outras cidades, de invasões de outros daikaijū e de alienígenas, embora no processo ele destrua grande parte dessas cidades.
Nessa versão “americanizada” a Dra. Emma Russell (Vera Farmiga) se uni a Jonah Alan (Charles Dance) com o objetivo de libertar os daikaijū com o objetivo de “purificar” o planeta dos humanos. A história nesse sentido não convence e não tem um elenco bem aproveitado.
É claro que o plano não sai como esperava e no final Godzilla tem que salvar o dia.
Por um lado, há referências excelentes a filmes clássicos da Toho, como “Godzilla, Mothra e King Ghidorah: Giant Monster All-Out Attack” e “Godzilla vs. Destoroyah”, o que é uma carta de amor aos fãs.
Se você está esperando uma complexidade narrativa, adianto que esse não é o seu filme. Mas se você sabe como “funciona” a apresentação dos filmes desse gênero será um dos melhores dos últimos anos. Os detalhes dos daikaijús são de cair o queixo e eu amei a caracterização do King Ghidorah.
Quando a Godzilla, finalmente temos o monstro em ação, muito melhor que seu antecessor que mal conseguimos ver detalhes do grandão. Apesar desse filme ser escuro em algumas cenas e as tradicionais “falhas” que são marcas registradas no gênero como cidades quase que absolutamente desertas quando os monstros estão em batalha e a profundidade do oceano que muda conforme a necessidade do kaiju de entrar ou sair da água. (Mas convenhamos esse é o clássico dos tokusatsus).
Em resumo, não é o melhor filme do âmbito geral mas é um tokusatsu incrível que levará os fãs do gênero a loucura, no melhor estilo que dividirá a preferência do público bem ao estilo, odeie ou ame. É por sua conta e risco. Nós?! Amamos.
Com Vera Farmiga, Kyle Chandler, Millie Bobby Brown, Ken Watanabe e Sally Hawkins, “Godzilla II: Rei dos Monstros” acompanha os esforços heroicos da agência criptozoológica Monarch para combater uma série de monstros. Entre eles, o poderoso Godzilla, que enfrenta Mothra, Rodan e o maior de seus inimigos, o tricéfalo King Ghidorah. Quando as supercriaturas primitivas ressurgem, a competição dos gigantes coloca a humanidade em perigo.