Crítica | Tolkien
20/05/2019Considerado o pai dos livros do gênero fantasia, John Ronald Reuel Tolkien nasceu em 3 de janeiro de 1892, em Bloemfontein, na República do Estado Livre de Orange, na atual África do Sul.
Aos três anos de idade, com a sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra natal de seus pais.
A fatalidade tomou conta da família quando ele e seu irmão Hilary Arthur Reuel Tolkien ficaram órfãos e foram entregues aos cuidados do Padre jesuíta Francis Xavier Morgan.
Conheceu Edith Bratt em 1908, quando ele e seu irmão Hilary foram alojados no mesmo local que a jovem, três anos mais velha, e os dois começam a namorar às escondidas. Entretanto, o seu tutor, o Padre Francis Morgan, descobriu a situação e, acreditando que este relacionamento fosse prejudicar a educação do rapaz, proibiu-o de vê-la até que completasse vinte e um anos, quando Tolkien alcançaria a maioridade. Na noite do seu vigésimo primeiro aniversário, Tolkien escreveu a Edith, e convenceu-a a casar-se com ele, apesar de ela já estar comprometida, e também a converteu ao catolicismo. Juntos eles tiveram quatro filhos: John Francis Reuel Tolkien (1917–2003), Michael Hilary Reuel Tolkien (1920-1984), Christopher John Reuel Tolkien (1924-) e Priscilla Anne Reuel Tolkien (1929-).
Esse é apenas uma parte da sua história retratada com carinho e paixão no filme Tolkien que estreia esta semana.
Com uma bela fotografia e um roteiro escrito com paixão, somos embalados pela história biográfica dirigida por Dome Karukoski em um misto de flashbacks e sonhos enquanto acompanhamos em leves pinceladas a trama de onde o autor teve inspiração para criação dos seus livros no mundo da Terra Média.
Para os ardorosos fãs do renomado autor não faltarão referências ao seu universo fantástico, algo bastante agradável e mágico.
Por outro lado se imaginarmos como um filme biográfico, para quem não conhece o autor e sua obra, o longa peca pelo eterno balanço entre não mostrar muito sobre a Terra-Média e como seus personagens foram criados e o idioma, talvez por algum motivo sobre os direitos autorais, não podendo se aprofundar muito em detalhes como nomes e detalhes específicos do livros, e a vida do autor.
Para quem é fã este filme é uma linda homenagem, e tanto Nicholas Hoult (como Tolkien) quanto Lily Collins (como Edith) estão ótimos em seus papéis.
A caracterização de época é uma atração à parte, é interessante perceber como a vida do início do século 20 era muito diferente de hoje, tanto no comportamento dos jovens quando nos seus objetivos sociais.
Quando Tolkien teve a ideia sobre o Hobbit em 1928 (segundo alguns relatos) ele não fazia ideia do quanto atemporal seria a sua obra e quanto serviria de inspiração e base até para as grandes obras da atualidade.
Sua família e seu espólio se distanciaram do filme, afirmando em um comunicado na semana passada que “não aprovaram, autorizaram ou participaram do processo de produção do filme. Eles não endossam (o longa) ou seu conteúdo de nenhuma forma”.
O Studio Fox Searchlight Pictures informou que estava “orgulhoso” da cinebiografia e que “a equipe de produção tem o máximo respeito e admiração pelo Sr. Tolkien e por sua contribuição fenomenal para a literatura”.
O diretor Dome Karukoski disse que espera que a família de Tolkien assista ao filme. “Eu, na verdade, me ofereci para assistir com eles para que pudessem ver e como é feito com respeito, admiração de um fã”, disse ele.
Se você quiser saber mais sobre a vida do autor recomendo o livro J.R.R. Tolkien : Uma biografia de por Humphrey Carpenter (Autor), Ronald Kyrmse (Tradutor) da editora HarperCollins, trata-se da biografia autorizada do criador da terra-média. Nas décadas posteriores ao falecimento de J.R.R. Tolkien, em setembro de 1973, milhões de pessoas leram O Hobbit, O Senhor dos Anéis e o Silmarillion e ficaram tão fascinadas quanto intrigadas com o homem muito reservado por trás dos livros. Nascido na África do Sul, em janeiro de 1892, John Ronald Reuel Tolkien ficou órfão durante a infância e cresceu quase na pobreza. Ele serviu na primeira guerra mundial e sobreviveu à batalha do Somme, onde perdeu quase todos os seus amigos mais íntimos. Após a guerra, retornou à vida acadêmica, conquistando uma grande reputação como estudioso e professor universitário, e tornando-se, por fim, professor de inglês em oxford, onde fez amizade com C.S. Lewis e os outros escritores conhecidos, formando um grupo denominado os Inklings. Então, de repente, sua vida mudou dramaticamente. Certo dia, enquanto corrigia provas, ele acabou escrevendo no verso de uma folha: “numa toca no chão vivia um Hobbit” – e a fama mundial o aguardava. Humphrey Carpenter recebeu acesso irrestrito a todos os documentos de Tolkien e entrevistou seus amigos e famíliares. A partir dessas fontes ele segue o longo e doloroso processo de criação que produziu o Senhor dos Anéis e o Silmarillion e fornece uma vasta gama de informações sobre a vida e a obra de um dos mais estimados autores do século XX.”.