Crítica | Máquinas Mortais
10/01/2019Não é de hoje que o produtor Peter Jackson faz história ao recriar de maneira épica e grandiosa cenários maravilhosos e cenas de cair o queixo.
O mago da fantasia conseguiu em 2001 apresentar ao mundo na telona a obra adorada pelos fãs da literatura mundial, Senhor dos Anéis e a Sociedade do Anel.
O terceiro filme da trilogia, O Retorno do Rei conseguiu de maneira histórica o feito de ganhar o Oscar na categoria Melhor filme com um gênero que não é valorizado pela academia, fantasia, além de vários outros prêmios durante aquele ano, consagrando-se como um marco na história da teledramaturgia.
Alguns anos depois Jackson assumiu a responsabilidade de adaptar mais uma obra de Tolkien, O Hobbit, mas dessa vez não teve o mesmo retorno tanto financeiro quando popular, mesmo utilizando e aprimorando técnicas do antecessor.
Mais uma vez ele está à frente da adaptação literária que com certeza dividirá a opinião do público, como aconteceu com as obras de Tolkien, principalmente da segunda trilogia.
Eu não li os livros de Philip Reeve e o resultado em tela do trabalho de Jackson soou como uma bela viagem ao mundo steampunk, com momentos e cenas confusas e complicadas para o marinheiro de primeira viagem.
Em uma breve conversa com quem leu os livros, consegui respostas de algumas dúvidas que a princípio me pareceram óbvias depois da explicação, mas que não se apresentaram durante a exibição do longa.
Mas nem tudo está perdido, um mérito especial para o ator Hugo Weaving (Thaddeus Valentine), um veterano parceiro de Peter Jackson. Ele foi Elrond nos seis filmes da adaptação dos filmes de Tolkien, e está brilhante como Valentine.
Peter Jackson mostrou-se um mestre em fazer cenas épicas e o primeiro bloco foi uma viagem espetacular ao mundo criado por Reeve. Com uma trilha sonora fantástica, uma fotografia incrível e efeitos especiais de cair o queixo.
Mas infelizmente peca em deixar excessos em algumas cenas e excluir explicações em outras o que faz necessária uma pergunta para o colega ao lado, o que é um deslize na adaptação de um livro que precisava de mais tempo de tela, talvez em duas partes, ou até mesmo para stream.
Para quem já leu os livros um recado, há muitas mudanças, o que pode frustrar os fãs. Então se você não se importa com isso, esse filme é uma ótima opção, sem o mesmo peso e o merecimento de um prêmio.
Baseada na série de livros de Philip Reeve, “Máquinas Mortais” traz a história de uma civilização que foi totalmente destruída por um evento cataclísmico. Milhares de anos depois, a humanidade se adapta à uma nova maneira de viver e os poucos seres humanos que restam são forçados a morar em cidades móveis – estruturas gigantescas e mortais que destroem cidades menores para obter novos recursos. Com estreia em 10 de janeiro, o longa conta com direção de Christian Rivers e produção de Peter Jackson.