Woody Allen traz vida em seu Roda Gigante
15/12/2017[widget id=”yuzo_widget-4″]
A atriz Ginny (Kate Winslet), casada com Humpty (James Belushi), acaba se apaixonando pelo salva-vidas Mickey (Justin Timberlake). Mas quando sua enteada, Carolina (Juno Temple), também cai de amores pelo rei da praia, as duas começam uma forte concorrência.
Woody Allen sem dúvida alguma sabe como escrever e dirigir um filme. A começar pela escolha do nome de seu novo filme que chega nas telas nacionais no dia 28 de dezembro, Roda Gigante.
Como o brinquedo dos parques, a vida é uma Roda Gigante. Iniciamos ela com expectativas do que será cada parte do trajeto, ao chegarmos lá em cima e vermos o mundo, analisarmos ele de uma maneira tão simples a vida de cada pessoa, os lugares onde elas estão em nossa simples visão de tudo. E ao irmos descendo, percebemos que tudo que era tão pequeno, volta ao seu tamanho real e que logo iremos sair daquele brinquedo e estarmos com os pés no chão ao lado de todas aquelas pessoas.
Lembrando que quando estamos ali embaixo, entrando na “gaiola”, protegidos, ainda temos a sensação de medo, com os barulhos do motor e o balanço que a Roda traz.
Só que, novamente, ao chegarmos lá em cima, tudo isso some. O balanço pode continuar, o medo junto dele, mas o silêncio é indescritível, e engraçado que podemos até escutar o som do vento e o que ele traz.
E é isso que Woody Allen nos mostra neste filme. De uma maneira até exagerada os problemas e conflitos da vida. Tudo apresentado por um estudante de roteiro que é um Salva Vidas na Praia, interpretado por Justin Timberlake.
Ele é apaixonado pelos Dramas da vida. E quer retratá-las em suas histórias. Ginny (Kate Winslet), é uma mulher separada e que se casou novamente, não por amor, mas pela necessidade da companhia e para ter alguém que goste dela. E com isso, entra em cena Carolina (Juno Temple), com outros problemas e que busca uma nova forma de amor, com uma pessoa que a aceite como ela é. E em nenhum ponto elas estão erradas ou corretas. E esta metáfora em Justin ser um Salva Vidas, torna o filme até engraçado.
Elas não buscam nele uma pessoa para amarem. Elas buscam nele uma pessoa que as ame, apenas a elas e que as salve. O transformam em alguns momentos em herói, sem ele ao menos pedir que seja um.
E isso também o leva a um conflito sobre o amor e suas relações. Se de um lado ele tem uma mulher, Ginny que a ama mais do que a vida e faz de tudo para ele, sem se importar com seu próprio filho, também existe Carolina, que está aprendendo sobre o mundo e o admira pelos seus conhecimentos.
As duas dão a ele a total atenção. Mas qual o preço disso?
Roda Gigante fala sobre a vida e as prisões que nos colocamos. Sobre relações que transformamos em correntes, achando que através delas estaremos ligados de alguma forma, não prestando atenção que podemos nos machucar e até mesmo a todos a nosso redor. Mas também nos mostra que existem soluções e quem deve as encontrar, somos nós mesmos.
E é interessante observar que muitas vezes colocamos alguém acima do que a vemos, por achar que contamos tudo sobre nossa vida, que jamais contaríamos a alguém, por confiar nela. Só que não percebemos, que sempre falamos de nossa vida e problemas de maneira aberta e alta para que todos escutem, menos quem fala. Este tapa na cara é dado em um momento do filme.
Roda Gigante é um dos melhores trabalhos de Woody Allen, mesmo que sua divulgação não seja uma das melhores. Mas é um filme para todos, todos que estejam abertos a assistirem e se abrirem a si mesmos.
E que subam as cortinas! Até a próxima!!