Sofrimento que mata crianças: curta apresenta bullying como vilão

Sofrimento que mata crianças: curta apresenta bullying como vilão

10/09/2017 0 Por Alan Uemura
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“Até agora me lembro do sofrimento que senti por causa de bullying. Não me surpreendo que muitos que passaram por esta experiencia vivam para sempre presos em um passado distante e triste”, releva o cineasta brasileiro Daniel Bydlowski.

Idealizador do primeiro filme de longa metragem que mescla realidade virtual e a tecnologia 3D, NanoEden, o cineasta quis trazer em seu recente filme, chamado Bullies, um alerta sobre o problema do bullying que hoje é uma das formas de violência que mais cresce no mundo. Embora possa ocorrer em qualquer contexto social, o bullying é mais comum nas escolas, causando o sofrimento de crianças que constantemente são agredidas física ou verbalmente por outras crianças.

Divulgação/Daniel Bydlowski

“Como senti estas agressões na escola, quero mostrar para as crianças que também são vítimas destas violências que elas não estão sozinhas e que não precisam largar tudo o que gostam e seguir um caminho sem futuro”, expressa Daniel. “Acredito que há maneiras de ajudar crianças com uma abordagem diferente do que tem sido utilizada por educadores. Filmes de fantasia que lidavam com o tema nos anos 80 me ajudavam, embora para outras pessoas estes filmes eram apenas entretenimento”, diz ele.

Divulgação/Daniel Bydlowski

Diferentemente de outros materiais contra este tipo de violência que são dirigidos a adultos como pais e professores, o filme quer atingir as próprias crianças que sofrem este trauma, por meio de uma narrativa fantasiosa e emocionante. O filme conta a história de Eugene, um garoto que todos os dias sofre bullying na escola até que encontra um lugar secreto onde se esconde e se sente seguro. Porém, ficando neste lugar, o protagonista precisa desistir de coisas que gosta como sua mãe e ler histórias em quadrinhos. Este aconchegante esconderijo é uma metáfora da morte a qual muitas criança recorrem quando não aguentam a pressão dessa violência e acreditam não pertencerem a lugar nenhum.

Daniel não pretende que o intuito do filme seja eliminar o problema de bullying ou mostrar qual o melhor caminho a seguir, mas sim ajudar as crianças, que muitas vezes escondem o trauma, a verem que não estão sozinhas para que possam lidar com o problema sem medo de serem felizes.

“Há muitos bullies no mundo. O segredo não é saber como muda-los, mas não deixar que a imagem de si mesmo seja mudada por eles”, completa Bydlowski.

Sobre

Daniel Bydlowski é cineasta brasileiro com Masters of Fine Arts pela University of Southern California e doutorando na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. É membro do Directors Guild of America. Trabalhou ao lado de grandes nomes da indústria cinematográfica como Mark Jonathan Harris e Marsha Kinder em projetos com temas sociais importantes. Seu filme NanoEden, primeiro longa em realidade virtual em 3D, estreia ainda este ano de 2017.