Crítica | Castelo de Vidro
20/08/2017[widget id=”yuzo_widget-4″]
Crônica das aventuras de uma família excêntrica, resiliente e intrigante, “O Castelo de Vidro” apresenta uma notável história de amor incondicional. A vencedora do Oscar®, Brie Larson dá vida o best-seller mais recente de Jeannette Walls, que, influenciada pela natureza alegremente selvagem de seu pai profundamente disfuncional (Woody Harrelson), encontrou a determinação ardente de criar uma vida bem sucedida em seus próprios termos.
Castelo de Vidro é uma adaptação de um livro com o mesmo título baseado em fatos, o que não é uma tarefa fácil de fazer.
O longa possui uma história emocionante e com cenas memoráveis. Mas ele se perde em tentar passar uma mensagem e transmitir outra. Temos uma história mostrando personagens com suas frustrações, mudando de cidade em cidade, para viverem como verdadeiros nômades pelo estilo de vida dos pais, que são totalmente contra a sociedade em que vivem.
Rex Walls, vivido por Harrelson, é uma pessoa inteligente, muitas vezes amável, mas totalmente fora de si. É praticamente bi polar. A mãe Rose, interpretada por uma praticamente sumida Watts, preocupa-se apenas em viver a sua arte na pintura.
Enquanto isso, as crianças passam fome.
E este é o desafio encontrado pelas crianças e contada por Jeanette Walls. Crianças que devem amadurecer muito cedo e tentar lidar com pais que vivem aventuras e criam seus filhos fora de uma sociedade que chamam de burgueses.
Há um tom político nisso tudo. Lendo assim, parece que os pais são totalmente abusivos. Mas não. Eles amam seus filhos, tem o seu lado protetor e carinhoso. Rex é grosseiro, mas jamais deixaria algo ruim acontecer com um de seus filhos. Sua postura de ensinar a independência a eles é algo antiquado, pois se torna muito duro, algo inconcebível para as famílias do século XXI. O pai possui ideias excêntricos, mas é totalmente dedicado a sua família.
Fato que em determinados momentos ele passa de uma pessoa que temos total carinho, a repugnânte. Já a mãe, é totalmente a favor do marido, mesmo nos momentos em que ele está mais errado.
Infelizmente em cima de toda a história acima, os irmãos de Jeanette são praticamente figuras ilustrativas para dizer que estão ali. São mal trabalhadas pelo filme. A história é envolvida apenas pelo trio pai, mãe e Jeanette e principalmente pelos problemas que o irmão teve que passar nas mãos da avó. Não contarei spoilers.
Castelo de Vidro é um bom filme. Poderia ser melhor. O que falta é um desenvolvimento mais aprofundado das personalidades dos demais personagens. Da maneira como eles eram uma família e até mesmo do noivo de Jeanette.
O filme possui uma história rica, mas mal contada.
De qualquer forma, é válido assistir e absorver os problemas de uma família. Ver como diz o ditado “pais, só mudam o endereço”, e perceber que podemos não esquecer o que foi feito de errado contra nós, mas podemos perdoar. Lembrar dos momentos de felicidade com a pessoa e que isso nos tornou o que somos hoje.
E que a vida não é apenas construir algo. Mas viver pelo que se acredita e durante esta jornada, colocar novos cômodos em seu Castelo de Vidro.
E o título do filme, realmente é a nossa vida, cheia de altos e baixos, erros e acertos. Porque, quem nunca fez algo de errado e machucou a quem se ama?
E deixo algo para se pensar antes de julgar os pais de Jeanette: As pessoas que vivem em Castelos de Vidro, deveram se calar.
E que subam as cortinas, até a próxima!!