Artigo | Westworld: Viagens além da série

Artigo | Westworld: Viagens além da série

05/10/2016 0 Por Alan Uemura
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Algumas séries são apenas isso, séries. Outras, nos fazem parar para pensar com um grande UAU depois que ela termina. E ficamos com aquela grande vontade de buscar mais informações, saber sobre a produção, etc etc. E é exatamente isso o que acontece com Westworld, nova série da HBO. Westworld é um parque temático futurístico para adultos, dedicado à diversão dos ricos.

Um espaço que reproduz o Velho Oeste, povoado por andróides – os anfitriões –, programados pelo diretor executivo do parque, o Dr. Robert Ford (Anthony Hopkins), para acreditarem que são humanos e vivem no mundo real. Lá, os clientes – ou novatos – podem fazer o que quiserem, sem obedecer a regras ou leis. No entanto, quando uma atualização no sistema das máquinas dá errado, os seus comportamentos começam a sugerir uma nova ameaça, à medida que a consciência artificial dá origem à “evolução do pecado”.

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Entre os residentes do parque, está Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood), programada para ser a típica garota da fazenda, que está prestes a descobrir que toda a sua existência não passa de bem arquitetada mentira. Já falamos muito em outras matérias sobre o seriado. E chegou o momento de mudar o tom. Westworld não é apenas uma daquelas séries dramáticas com conteúdo adulto para sentar e se assistir. Longe disso. Ela foi feita para se pensar. Abordando temáticas até então batidas como Máquina vs Homem, Homem se tornando Deus entre outros, Westworld mostra que não veio apenas para ser um “remake” de pensamentos ou um aglomerado de ideias de outros filmes, seriados e livros com o tema.

Muitos livros e filmes já falaram a respeito como Blade Runner, O Homem Bicentenário, Matrix, Ghost in The Shell, e por aí se segue. Só que agora, JJ e sua equipe não apenas deram um update no assunto, como nos fazem pensar sobre como vemos a VERDADE e não apenas a REALIDADE. Ainda mais quando viver uma MENTIRA pode se tornar muitas vezes mais REAL para o que realmente desejo.

Rutger Hauer Blade Runner

É fato que o ser humano prefere viver um mundo de ilusões a “triste” realidade que o cerca. Pode-se ver isto através da quantidade de meios de entretenimento que existem. Não é uma critica. É uma necessidade do ser humano. Só que aqui, através das máquinas, pensamos, o ser humano realmente é uma evolução do erro. Sim, para quem já assistiu ao primeiro episódio, SE NÃO VIU, PARE POR AQUI, Ford diz exatamente isso quando é inquerido a respeito dos Hosts (como são chamadas as máquinas), estarem apresentando “lembranças”. Porque é um erro de programação. E ele diz exatamente isso. Que o ser humano é um trilhão de coisas erradas. Não é assim que aprendemos? Com os nossos erros? E se somos assim, qual a diferença entre vida e uma imitação? Podemos passar o dia filosofando a respeito da vida. Mas essa não é a ideia da série.

Ela não tem a pretensão de dar respostas, mas sim de te ajudar a fazer as perguntas corretas. A final de contas, é fato que para se ter respostas corretas, é necessário uma pergunta que tenha sentido. Mas a série não é apenas sobre Hosts que não sabem quem são ou o que é vida e se evoluir uma máquina é contra as vontades “divinas”. Ela também nos traz o famoso “Efeito Borboleta”. Se não sabe do que estou falando, hora de uma busca no Google. A cada novo dia em Westworld, os Hosts devem seguir o roteiro básico a que foram programados. Mas sempre terá algo que acontecerá e mudará um pouco o roteiro. E daí, o que irá acontecer? É aí que entra o “roteirista”, que escreve cada parte de diálogos e o conteúdo da história que todos deverão seguir, quase a risca.

Os Hosts seguirão sem dúvida. Mas os humanos… ah esses humanos! E aí entra os acontecimentos que devem serem previstos pela equipe de produção e manutenção do parque. O que é muito interessante, pois para os jogadores de RPG e até MMORPG, irão se sentir muito em casa. Pois além dos seres humanos terem que “inventarem uma personagem” dentro de Westworld, eles seguem esse roteiro do “Mestre”, mesmo que achem que estão no poder. E aí vem a pergunta: será que realmente estamos no poder de nossas vidas? Até onde uma simples mudança em algo de minha vida, como entrar em outra rua, irá afetar outras pessoas? Dificil de responder? Pois bem. Westworld é isso. Uma série densa com muitos aspectos cientificos, filosóficos e lógico, de entretenimento para todos. Vale e muito assistir e reassistir a cada novo episódio. Ainda mais com a participação de nosso brasuca Rodrigo Santoro. E que faz o vilão da história. Não disse Vilão do seriado!

Porque ele é o responsável na história de Westworld em sair matando os outros Hosts. Como se fosse uma anti-vírus. Interessante como um Host criado para ser vilão, acaba não sendo. E aí fica a pergunta para os fãs: quem realmente é vilão em Westworld? E perceberam quantas vezes escrevi “pergunta”?

Pois é! Série boa é assim mesmo! E que subam as cortinas! Até a próxima!!!