Artigo| O biquini no cinema: Uma história antes da Princesa Leia
25/08/2016 0 Por Surya
Para quem não sabe em outubro de 2015 a veterana atriz aconselhou a novata Daisy Ridley a não ceder aos desejos da indústria cinematográfica. “Você deve lutar pela sua roupa. Não seja uma escrava como eu”, para a revista Interview. Sabemos que George Lucas se inspirou em clássicos da ficção científica como Flash Gordon e Barbarella e talvez a intenção não fosse “causar” mas na realidade mesmo passado 30 anos a internet virou um “furdunço” tão grande que a Disney teve que proibir a comercialização desse produto. Polêmicas a parte o biquini nem sempre foi mau visto nas telas do cinema.
Barbarella um dos ícones mais fortes da sensualidade no cinema
Antes de virar ativista, antes de protestar contra a guerra do Vietnã, antes de ganhar dois Oscars, antes de fazer as pazes com o peso que sou sobrenome carregava, Jane Fonda foi Barbarella. A astro-navigatrix 5000 ficou na mente de milhões de marmanjos desde 1968. Abrindo o filme com um strip-tease em gravidade zero, ela faz um balé sensual dentro de sua nave espacial. Suas ideias sobre sexo e combate interestelar são muito diferentes. E ela serve como uma excelente inspiração para quem ainda não decidiu o que usar no carnaval.
O título de Barbarella, astro-navigatrix 5000, significa que ela é uma pessoa muito importante e tida em alta conta pelo presidente da Terra (Claude Dauphin) no ano 40000. Como nosso planeta, neste futuro distante, é completamente pacífico, o presidente zela para que nenhuma arma ameace a galáxia. E é por isso que ele manda Barbarella atrás do cientista Durand Durand (Milo O’Shea) na região de Tau Ceti. Até chegar a ele, Barbarella encontra criaturas peludas, o anjo cego Pygar (John Phillip Law) e muitas ameaças em um mundo de ficção científica pré-Star Wars.
Barbarella, assim como o recente sucesso “Azul é a cor mais quente”, surgiu nos quadrinhos. Isso não é coisa incomum de acontecer com quadrinhos franceses. Barbarella começou a ser publicada em 1962, e em muito antecipou a revolução sexual que começaria no final da década. A própria estrela do filme, Jane Fonda, alcançou o status definitivo de símbolo sexual com este papel, e mais tarde participou de outras manifestações que tomaram conta da década de 1970, em especial a favor de direitos civis igualitários e contra a guerra do Vietnã.
A revolução sexual, que levou a uma grande mudança no papel da mulher na sociedade, é muito evidente neste filme. E isso porque a própria Terra passou por uma grande revolução sexual até que chegasse o ano 40000. As pessoas “fazem sexo” engolindo comprimidos e aproximando as mãos até que seus cardiogramas se alinhem. Risível, não? Outra tecnologia sexual estranha é o “orgasmotron”, uma máquina cuja finalidade você já deve ter adivinhado. E neste caso Barbarella lançou moda: a geringonça apareceu novamente no filme “Dorminhoco” (1973), na produção de Flash Gordon para o cinema (1974) e em “O demolidor” (1993), com Sylvester Stallone e Sandra Bullock.
A influência principal do filme salta aos olhos, ou melhor, aos ouvidos. A banda Duran Duran, sucesso nos anos 80, tirou seu nome exatamente do personagem. Outra influência musical foi menos bem-sucedida: Barbarella virou um musical na cidade de Viena, ficando em cartaz por nove meses. Já os remakes foram completos fracassos: muito se especulou, mas nada foi feito. Entretanto, ainda há esperança: a Amazon tem planos de criar uma série sobre Barbarella.
A força motriz do filme é sem dúvida Jane Fonda. Ela foi a terceira escolhida para o papel, que já havia sido rejeitado por Sophia Loren e Brigitte Bardot. Coube ao diretor Roger Vadim, ex-marido de Bardot e então casado com Jane, convencê-la a aceitar a proposta. Só depois de ela ter aceitado é quee Vadim se tornou o diretor / roteirista do projeto.
Os efeitos especiais, um pouco bizarros se olhados hoje, causaram muito sofrimento para Jane e John Phillip. Foram muitas horas de dor e sufoco para gravar as cenas de Pygar voando e carregando Barbarella. Tudo isso foi feito em estúdios italianos, com grandes investimentos.
Nem Vadim nem Jane continuaram confiantes conforme foram filmando. O roteiro era escrito durante as filmagens, Vadim começou a afundar na bebida e Jane lutava silenciosamente com a bulimia. E a insegurança deles se mostrou certeira: Barbarella foi um fracasso de público e crítica, e vira e mexe ainda é apontado como um dos piores filmes de todos os tempos. Mas não é só tristeza: a partir d 1977, quando foi relançado, o filme foi visto com menos seriedade e atraiu uma legião de fãs. Virou cult. E todos que o viram não esquecem Barbarella.
Fonte: http://filmesegames.com.br/2014/barbarella-1968-pop-cine/
Muito antes do biquini
Em O Planeta Proibido, de 1956 a atriz Anne Francis aparece pela primeira vez com uma polêmica minissaia, dez anos antes de Mary Quant transformar esta vestimenta em um simbolo da emancipação feminina dos anos 60 e marca registrada dos modelitos femininos da série clássica Jornada nas Estrelas.
Cena Star Trek a série clássica
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Raquel Welch
Já tinha usado um modelo pré-histórico no famoso Quando o Mundo Nasceu (Don Chaffrey, 1966) e ficou provado que os biquinis lhe assentavam muito bem.
A origem do biquini
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Sobre o Autor
“Na estrada” desde o tempo da retícula, fotolito e montagem com cola de sapateiro. Viajou pelos universos desde Padrinhos Mágicos até Star Wars. Afinal o universo é o limite e teorizar é o nosso lema.